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10 Set 2019

OS 8 DESPERDÍCIOS NAS EMPRESAS

 

Quase 70 anos depois, continuamos a utilizar este conceito em nossas empresas, seja ela grande ou pequena, do ramo automobilístico ou de serviço, uma empresa de bens de consumo ou um hospital, a filosofia LEAN está em todos os corredores destas empresas, auxiliando na melhoria dos processos, na satisfação das partes interessadas1 e no aumento da lucratividade dos setores públicos e privados.

Porém para detectar estes desperdícios, atividades estas que não contribuem para a produtividade da empresa e por consequência, não geram lucro para retroalimentar o sistema (investimentos), os gestores devem “sujar as mãos”, ou seja, ir a campo, ver o processo acontecer, como Shingeo Shingo diria, ir ao Gemba2.

Abaixo faço um pequeno resumo dos 8 desperdícios que podemos encontrar em um processo, seja ele qual for e que podem levar uma organização a enfrentar grandes prejuízos.

Transportar “coisas”, materiais, insumos, seja o nome que você quer usar, mas significa levar de um lado para o outro da empresa um produto que não tem lugar fixo para ser armazenado, seja ele produto acabado, matéria prima ou ferramental de trabalho. Isso requer tempo e dinheiro, porque consome recursos da organização que, nos dias atuais, já são muito escassos.

 

Armazenar o que não é necessário ou de forma não organizada também é um desperdício, porque também irá consumir recursos para localizar o que foi armazenado sem a devida identificação e também consome espaço dentro da empresa. Imagine um escritório no metro quadrado mais caro de sua cidade onde se paga um espaço para armazenar papel, ou seja, o arquivo. Custos, custos e mais custos que não agregam valor para a empresa.

 

Pessoas se movimentando de um lado para o outro a procura de informações, máquinas, instrumentos.... isso gera um caos dentro das organizações. Imagine um médico a procura dos insumos cirúrgicos durante uma operação delicada, isso não seria prudente para com o paciente. Isso também não pode ocorrer dentro das empresas.

 

Uma máquina espera, um funcionário espera, um cliente espera, todos nós esperamos alguma coisa, mas dentro das empresas isso pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso. Um operador aguardar uma máquina terminar uma operação sem executar outra simultaneamente (quando isso é possível), gera um prejuízo enorme para a organização, porque há mais pessoas no setor do que realmente seria necessário.

Produzir mais do que necessário é sem dúvida um prejuízo para as organizações, porém somente quando esta produção “em excesso” não for estudada, produzir para garantir um estoque intermediário para que uma operação gargalo não pare ou para atender a demanda do mercado, não é um desperdício, produzir por produzir é. Assim como o processamento em excesso, ou seja, fazer mais do que se pede, mais do que o cliente está pagando, isso irá levar a empresa ao vermelho em suas finanças. Quando digo fazer mais do que o cliente pede, seria embalar um produto em uma embalagem fina (de luxo), quando a mesma é descartada por ele, ou seja, o cliente não vê valor agregado nisso.

Como o próprio nome diz, defeito, foi produzido um produto ou executado um serviço fora das 

especificações do cliente. Isso resultará em retrabalho, refugo, custos extras de mão de obra e uma infinidade de outras coisas. Pode originar outros desperdícios, como armazenar o produto que foi fabricado errado.






Temos também um oitavo desperdício e este pode ser tão nocivo à empresa quanto os demais: o desperdício de talento.

Não é recomendável alocar pessoas para o desempenho de atividades para as quais não estão treinadas ou cuja capacitação vai além do necessário ou até mesmo, ser mais capacitado do que a tarefa assim o requer. O capital humano hoje nas empresas é muito mais importante que o investimento em equipamento e tecnologia, lembro que para um robô de 1 milhão de dólares operar corretamente, depende da intervenção humana para programa-lo. Então, o desperdício de talento, habilidade, conhecimento, de capital humano, pode gerar os outros sete, uma vez que o processo não seguirá como foi desenhado.




Emerson Fioravante Tomazi

Profissional com mais de 18 anos de experiência na solução de problemas em diversos segmentos empresariais. Com mba em gestão de projetos e produção industrial, certificado lean six sigma black belt, já trabalhou em diversos projetos que somados geraram mais de R$10mm em benefícios diretos.

e-mail: [email protected]

                                                                                                                                                                                                     #eftomazi

                                                                                                                                                                                    linkedin.com/in/emersontomazi

 

 

 

 

 

 

1-Partes Interessadas segundo a ISO9001:2015 são todas as pessoas ou empresas que se beneficiam do processo de outra, seja eles seus empregados, fornecedores, acionista, a sociedade e o governo.

2-GEMBA: pode ser traduzido como “onde o processo acontece”, pode ser na fábrica ou no escritório, no consultório ou em um restaurante.