Quase 70 anos depois, continuamos a utilizar este conceito em nossas
empresas, seja ela grande ou pequena, do ramo automobilístico ou de serviço,
uma empresa de bens de consumo ou um hospital, a filosofia LEAN
está em todos os corredores destas empresas, auxiliando na melhoria dos
processos, na satisfação das partes interessadas1 e no aumento da
lucratividade dos setores públicos e privados.
Porém para detectar estes desperdícios, atividades estas que não
contribuem para a produtividade da empresa e por consequência, não geram lucro
para retroalimentar o sistema (investimentos), os gestores devem “sujar as
mãos”, ou seja, ir a campo, ver o processo acontecer, como Shingeo Shingo
diria, ir ao Gemba2.
Abaixo faço um pequeno resumo dos 8 desperdícios que podemos encontrar em um processo, seja ele qual for e que podem levar uma organização a enfrentar grandes prejuízos.
Transportar “coisas”, materiais, insumos, seja o nome que você quer usar,
mas significa levar de um lado para o outro da empresa um produto que não tem
lugar fixo para ser armazenado, seja ele produto acabado, matéria prima ou
ferramental de trabalho. Isso requer tempo e dinheiro, porque consome recursos da organização que, nos dias atuais, já são muito escassos.
porque também irá consumir recursos para localizar o que foi
armazenado sem a devida identificação e também consome espaço dentro da
empresa. Imagine um escritório no metro quadrado mais caro de sua cidade onde
se paga um espaço para armazenar papel, ou seja, o arquivo. Custos, custos e
mais custos que não agregam valor para a empresa.
instrumentos.... isso gera um caos dentro das organizações. Imagine
um médico a procura dos insumos cirúrgicos durante uma operação delicada, isso
não seria prudente para com o paciente. Isso também não pode ocorrer dentro das
empresas.
coisa, mas dentro das empresas isso pode ser a diferença entre
o sucesso e o fracasso. Um operador aguardar uma máquina terminar uma operação
sem executar outra simultaneamente (quando isso é possível), gera um prejuízo
enorme para a organização, porque há mais pessoas no setor do que realmente
seria necessário.
somente quando esta produção “em excesso” não for estudada,
produzir para garantir um estoque intermediário para que uma operação gargalo
não pare ou para atender a demanda do mercado, não é um desperdício, produzir
por produzir é. Assim como o processamento em excesso, ou seja, fazer mais do
que se pede, mais do que o cliente está pagando, isso irá levar a empresa ao vermelho
em suas finanças. Quando digo fazer mais do que o cliente pede, seria embalar
um produto em uma embalagem fina (de luxo), quando a mesma é descartada por
ele, ou seja, o cliente não vê valor agregado nisso.
Como o próprio nome diz, defeito, foi produzido um produto ou executado
um serviço fora das
especificações do cliente. Isso resultará em retrabalho,
refugo, custos extras de mão de obra e uma infinidade de outras coisas. Pode
originar outros desperdícios, como armazenar o produto que foi fabricado errado.
Não é recomendável alocar pessoas para o desempenho de atividades para as quais não estão treinadas ou cuja capacitação vai além do necessário ou até mesmo, ser mais capacitado do que a tarefa assim o requer. O
capital humano hoje nas empresas é muito mais importante que o investimento em
equipamento e tecnologia, lembro que para um robô de 1 milhão de dólares operar
corretamente, depende da intervenção humana para programa-lo. Então, o
desperdício de talento, habilidade, conhecimento, de capital humano, pode gerar
os outros sete, uma vez que o processo não seguirá como foi desenhado.
Emerson Fioravante Tomazi
#eftomazi
1-Partes Interessadas segundo a ISO9001:2015 são todas as
pessoas ou empresas que se beneficiam do processo de outra, seja eles seus
empregados, fornecedores, acionista, a sociedade e o governo.
2-GEMBA: pode ser traduzido como “onde o processo acontece”,
pode ser na fábrica ou no escritório, no consultório ou em um restaurante.









